segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Robbin Hood




Para refilmar um clássico do cinema, que já foi retratado em dezenas, ou centenas, de filmes, é necessário fazer algo grandioso. É preciso revolucionar algum aspecto da obra original. Caso contrário, será apenas mais uma refilmagem de um clássico. A ideia de Robin Hood foi boa: o filme mostra o herói antes de se tornar uma lenda. Ele revela quais caminhos Robin Hood seguiu para se transformar em uma das estórias mais contadas, e filmadas, de todos os tempos.

A trama se passa na véspera da morte do rei inglês Ricardo Coração de Leão (Danny Huston), a quem Robin (Russel Crowe) era fiel. Com a morte do rei, Robin e um grupo de amigos abandonam o exército inglês, que já estava debilitado devido as longas Cruzadas empreendidas pelo rei Ricardo. A partir daí Robin passa por diversas aventuras até encontrar Lady Marion (Cate Blanchett) e Sir Walter Loxley (Max Von Sidow).

Talvez por abordar o começo da lenda de Robin Hood, o público não tenha se identificado tanto com o filme. Pode ser que tenham esperado o tempo todo por uma visão moderna e cheia de tecnologia daquele que "rouba os ricos para dar aos pobres". Mas é importante ressaltar que, pelo menos nesse sentido, o herói de Riddley Scott é inovador. Até então poucos ou nenhum filme tinham abordado a lenda dessa forma. Mas se o filme agrada pela abordagem, ele deixa a desejar em alguns aspectos.

Não é o bastante mostrar uma nova maneira de ver uma lenda, é necessário usar milhões de outros recursos para destacar um filme que já foi tão repetido. E parece que nesse Robin Hood o único aspecto que chegou perto de uma inovação foi a fotografia. John Mathieson consegue criar uma atmosfera muito interessante no filme. Ele deixa de lado a felicidade e a paz de "As Aventuras de Robin Hood" - com Errol Flynn, dirigido por Michael Curtiz - e carrega o cenário e a imagem de elementos sujos e obscuros. Robin e seus companheiros estão sempre sujos, suados e com aparência sofrida; o que corresponde exatamente ao clima da Inglaterra no período das cruzadas.

Apesar de ser um filme mediano, o Robin Hood de Riddley Scott deve ser o que mais se aproxima da realidade do país na época, da sociedade, e da "verdadeira" estória do herói. O retrato de Robin Hood é desconstruído: ele deixa de ser aquele ser bom e extremamente honesto e adquire características mais humanas. O herói rouba, mata quando precisa e não é feliz o tempo todo. É interessante ver a versão porque ela mostra um herói mais humanizado, que não foi mostrado pelos filmes que o antecederam.

Robin Hood (Robin Hood)
Estados Unidos/Reino Unido - 2010
Direção: Riddley Scott
Produção: Brian Grazer
Fotografia: John Mathieson
Roteiro: Brian Helgeland, Ethan Reiff, Cyrus Voris
Trilha Sonora: Marc Streitenfeld
Elenco: Russel Crowe, Cate Blanchett, Mark Strong, Matthew Macfayden, Danny Huston, Kevin Durand, William Hurt, Max von Sydow, Scott Grimes, Eileen Atkins, Léa Seydoux, Bronson Webb, Oscar Isaac, Robert Pugh, Alan Doyle
Duração: 148 minutos

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