terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Olympia: Ídolos do estádio e Vencedores Olímpicos



Olympia é um dos filmes mais admirados e polêmicos de toda a história do cinema. Admirado porque foi uma revolução na maneira de filmar, a diretora Leni Riefenstahl provou que era possível transformar o corpo humano em pintura e poesia. E polêmico porque, a partir dele, surgiu uma questão a respeito do uso dos filmes: Olympia foi encomendado por Adolf Hitler para propagar o nazismo e a supremacia da "raça ariana". Artistas, diretores, estudiosos e todos aqueles envolvidos com o cinema levantaram a questão da viabilidade da arte como propaganda, a venda do artista e a verdadeira função do cinema como meio de comunicação de massa. Afinal, o que Leni Riefenstahl fez foi ético ou não? A verdade é que a diretora ficou marcada até o final da carreira pela direção de Olympia e O Triunfo da Vontade. Além de todos esses motivos, Olympia também se tornou uma obra clássica por ter, pela primeira vez, levado o esporte ao cinema.

Para mostrar a superioridade dos alemães, a estética do filme lembra estátuas e monumentos gregos. Leni Riefenstahl conseguiu obter esse feito graças aos planos e as montagens utilizadas; os dois recursos também foram uma tentativa de acabar com a estética expressionista, que utilizava temas mórbidos, personagens e cenários distorcidos - tudo o que Hitler lutava contra. Mas foi exatamente com o expressionismo que os alemães se consolidaram como grandes produtores de cinema. Desde a década de 20, cineastas como Murnau e Fritz Lang retratavam lendas da Alemanha, sentimentos pós-guerra e várias outras temáticas que representavam a sociedade da época.

Olympia deve ser visto não como entretenimento, mas para entender um filme que foi marcante para a época, esteticamente e como temática. O filme se torna um pouco cansativo, já que o tempo todo a diretora mostra, apenas, as provas das Olimpíadas de 1936. Mas vale assistir porque é realmente um filme lindo visualmente.


Ficha Técnica:

Olympia - Parte 1: Ídolos do Estádio (Olympia 1. Teil - Fest Der Völker)
Olympia - Parte 2: Vencedores Olímpicos (Olympia 2. Teil - Fest Der Schönheit)
Alemanha - 1938
Direção: Leni Riefenstahl
Produção: Leni Riefenstahl
Roteiro: Leni Riefenstahl
Fotografia: Wilfried Basse, Werner Bundhausen, Leo De Lafrue, Walter Frentz, Hans Karl Gottschalk, Willy Hameister, Walter Hege, Carl Junghans, Albert Kling, Ernst Kunstmann, Guzzi Lanstchner, Otto Lantschner, Kurt Neubert, Erich Nitzschmann, Hans Scheib, Hugo O. Schulze, Károly Vass, Willy Zielke, Andor von Barsy, Franz von Friedl, Heinz von Jaworsky, Hugo von Kaweczynski, Alexander von Lagorio
Trilha Sonora: Herbert Windt, Walter Gronostay
Elenco: David Albritton, Jack Beresford, Henri de Baillet-Latour, Philip Edwards, Donald Finlay, Wilhelm Frick, Josef Goebbels, Hermann Göring, Ernest Harper, Rudolf Hess, Adolf Hitler, Cornelius Johnson, Theodor Lewald, Luz Long, John Lovelock, Ralph Metcalfe, Seung-yong Nam, Henri Nannen, Dorothy Odam, Martinius Osendarp, Jesse Owens, Leni Riefenstahl, Julius Schaub, Fritz Schilgen, Jee-chung Sohn, Julius Streicher, Forrest Towns, Werner von Blomber, August von Mackensen, Gleen Morris, Conrad von Wagenheim
Duração: 118 e 107 minutos

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