sexta-feira, 28 de maio de 2010

Cinema Paradiso



Cinema Paradiso (Nuovo Cinema Paradiso)
Itália - 1988
Direção: Giuseppe Tornatore

As lembranças da infância de Salvatore di Vita (Jacques Perrin) vem à tona quando ele recebe um telefone de sua mãe dizendo que Alfredo (Philippe Noiret) está morto. Quando criança, Salvatore era conhecido como Totó (Salvatore Cascio) e tinha como melhor amigo o projecionista do cinema Paradiso, o então falecido Alfredo.

Giuseppe Tornatore escolheu contar o filme através de flashbacks (cenas do passado, alternada com cenas do presente), o que parece ter sido, sem dúvida, a melhor maneira de contar a trajetória de vida de Totó e o que o cinema representava em sua vida quando criança. Para quem é apaixonado por filmes, Cinema Paradiso é um prato cheio para emocionar e ter uma ideia do que significava assistir filmes e se encontrar em uma sala de projeção décadas atrás.

Cinema Paradiso é ambientado logo após a Segunda Guerra Mundial, portanto, antes da chegada da televisão. Por não ter outra forma de conhecer outras culturas e saber o que acontecia no mundo através de imagens, o povo daquela pequena cidade italiana fazia do encontro no Cinema Paradiso um evento social. Lá as pessoas se reuniam para namorar, encontrar prostitutas, juntar a família, dormir, ver as estrelas dos filmes e mostrar que possuiam status. É curioso ver a separação por nível social do cinema: os ricos ficavam em lugares acima dos pobres, sem precisar se misturar com a maioria da população.

Apesar de Cinema Paradiso retratar a vida de Salvatore, parece que Tornatore faz a sua declaração de amor ao cinema, fazendo referência aos filmes que mais marcaram sua vida. Fica transparente que Totó é a personificação do amor do diretor pelo mundo do cinema. E qualquer pessoa que se identifique com todo esse sentimento vai se emocionar enormemente com os rumos que esse roteiro tomou.

Este é um daqueles filmes inesquecíveis por três aspectos principais: a delicadeza de Tonatore de tratar o cinema e a amizade sem precedentes de Totó e Alfredo; mais do que amigos, eles desenvolvem uma verdadeira relação de pai e filho e a belíssima atuação desses dois atores: Salvatore Cascio e Philippe Noiret. Totó é a criança que todo mundo gostaria de ter por perto e Alfredo aquele amigo que, assim como Totó, faríamos de tudo para preservar ao lado.

Com certeza Cinema Paradiso é um filme OBRIGATÓRIO e INESQUECÍVEL na vida de qualquer pessoa; sendo apaixonada por cinema ou não.

terça-feira, 25 de maio de 2010

De Volta Para o Futuro



De Volta Para o Futuro (Beck To The Future)
Estados Unidos - 1985, 1989 e 1990
Direção: Robert Zemeckis

Marty McFly (Michael J. Fox) é um adolescente americano típico: tem uma família complicada, um garoto fortão que o persegue e um namoro feliz. O que o difere dos demais jovens de sua idade é a grande amizade como o cientista Dr. Brown (Christopher Lloyd), que construiu uma máquina do tempo em um carro, o DeLorean. Devido a essa grande amizade, McFly é enviado ao futuro e precisa tomar todo cuidado para não alterar nada no passado.

De Volta Para o Futuro é um filme dinâmico e divertido. O roteiro de Robert Zemeckis (que também é o diretor) e Bob Gale trata o jovem como uma pessoa normal e inteligente; apesar de o cientista ser Dr. Brown, sem McFly a maioria das soluções dos problemas da máquina do tempo não seriam possíveis. Lloyd e Fox formam uma das duplas mais interessantes e marcantes da história do cinema.

Robert Zemeckis fez um filme para adolescentes, que passou a ser cultuado por pessoas de todas as idades e de várias décadas seguintes; até hoje não assistir "De Volta Para o Futuro" é visto como uma "falha" pela geração de adolescentes atuais. Ao contrário da maioria dos filmes de ficção científica, não é preciso ter conhecimento físico nenhum para entender a trilogia de De Volta Para o Futuro, só é preciso embarcar nas ideias malucas de Dr. Brown e prestar atenção em alguns detalhes.

É curioso, e até mesmo inquietante, a forma do roteiro de conduzir a trama: quando o espectador acha que finalmente McFly vai voltar para casa, sempre aparece Dr. Brown para acrescentar algum detalhe no que parecia estar resolvido. Ao mesmo tempo que desejamos a volta de McFly, também desejamos que Dr. Brown consiga sobreviver às loucuras em que se envolve.

De um modo geral, a trilogia segue uma sequência interessante, não há uma grande disparidade de qualidade entre os três filmes (principalmente a abordagem maluca de o último filme acontecer em moldes de faroeste). Porém, apesar de o final ser meio inesperado, pelo menos até os dois primeiros filmes, o desfecho ficou regado de sentimentalismos; o que pode ser explicado pelo público alvo do filme ser composto por adolescentes.

É muito interessante ver um diretor conduzir uma trilogia sem perder a qualidade e a atmosfera criada na primeira sequência. Mas a fato de não deixar o espectador entediado parece ser uma característica de Zemeckis, que também dirigiu outros filmes importantes, como "Forest Gump". De Volta Para o Futuro é ótimo para assistir milhões de vezes e sempre se surpreender com algum detalhe ou com as excelentes confusões de Dr. Brown e Marty McFly.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O Evangelho Segundo São Mateus





O Evangelho Segundo São Mateus (Il Vangelo Secondo Matteo)
Itália - 1964
Direção: Pier Paolo Pasolini

Na hora de escolher a abordagem que iria usar em O Evangelho Segundo São Mateus, Pasolini tinha duas opções: fazer uma leitura pessoal sobre a vida de Jesus Cristo ou procurar algum fato extraordinário sobre sua vida, mas que nunca tivesse sido aproveitado pelo cinema. Então, o diretor optou por seguir fielmente as escrituras bíblicas do Evangelho de São Mateus, o que entre as duas opções, o encaixa na primeira alternativa.

O Evangelho não apresenta nenhuma grande novidade sobre a vida de Jesus Cristo; o que torna o filme realmente diferente é o modo como Pasolini cria Jesus Cristo: ele consegue aproximar o maior ícone de todos os tempos da plateia, permite que Cristo seja um homem, não um santo (como é abordado em dezenas de filmes), mostrando-o, várias vezes, em momentos de impaciência.

Além da humanização de Jesus, Pasolini também dirigiu seu filme como se estivesse escrevendo uma poesia, para isso ele abusa da subjetividade como elemento essencial para diferenciar sua obra. Não é preciso que os personagens façam longos discursos para o espectador entender quais são as emoções sentidas. Para conseguir "falar sem falar" ele usa incontáveis closes nos atores (o que poderia ser uma estratégia perigosa, pois a maioria dos atores não eram profissionais). Outro recurso utilizado na poesia de Pasolini é a trilha sonora; em alguns momentos é possível perceber uma trilha viva, marcante. Já em outras situações o silêncio é o principal recurso para agregar fidelidade ao filme.

O Evangelho Segundo São Mateus é a produção de um diretor homossexual, contestador, marxista e ateu. Ou seja, tinha tudo para ser uma leitura extremamente pessoal e crítica do catolicismo. Mas, Pasolini preferiu usar o Evangelho como base para filmar uma verdadeira poesia.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Juiz Priest




Juiz Priest (Judge Priest)
Estados Unidos - 1934
Direção: John Ford

A trama de Juiz Priest é simples: um juiz tenta proteger as minorias de uma pequena cidade no sul dos Estados Unidos. Apesar da simplicidade, não é o enredo em si o que realmente importa para o diretor John Ford; mas sim o modo como o juiz se comporta e seus valores. Priest (Will Rogers) é uma autoridade incomum: na sua concepção o pobre é inocente e o rico é o culpado.

John Ford abusa de sentimentalismos para construir a personalidade do juiz: Priest e os habitantes de sua cidade convivem harmoniosamente com os negros, se tornando até cúmplices algumas vezes, e dá um certo poder de manipulação para o juiz; um dos principais componentes de sua personalidade e, com certeza, uma inovação para época.

Todos esses artifícios são usados pelo diretor para exaltar os sulistas; tendo em vista que John Ford localiza o filme logo após a Guerra de Secessão, que teve os nortistas como vencedores. Essa exaltação é estampada nos discursos dos personagens, no modo como convivem na pequena cidade e no tema das canções apresentadas no filme.

Além do recurso musical, Ford também aposta no bom-humor dos atores. Além de Will Rogers, que está fantástico no papel de Priest, outro destaque é o comediante negro Stepin Fetchet, interpretando Jeff Poindexter, escravo do juiz. Entre eles há a melhor relação negro/senhor apresentada no filme.

Juiz Priest é um filme divertido de assistir por vários motivos: primeiramente, por deixar claro a exaltação que o diretor pretendia fazer do sul; por criar uma relação de cumplicidade entre negros e senhores e por usar como arma fundamental de atração, o bom-humor.

sábado, 15 de maio de 2010

Trilogia do Homem Sem Nome




Por Um Punhado de Dólares (Per un pugno di dollari)
Itália - 1964
Direção: Sergio Leone

Por Um Punhado de Dólares, Por Uns Dólares a Mais e Três Homens em Conflito fazem parte da trilogia do Homem Sem Nome, western spagetti dirigido por Sergio Leone e com atuação de Clint Eastwood. Os western spagetti eram filmes de faroeste produzidos na Europa e que possuiam baixo orçamento. Por Um Punhado de Dólares foi o responsável por tornar o faroeste europeu conhecido internacionalmente e solidificar a carreira de Clint Eastwood e do próprio diretor, Sergio Leone.

Um pistoleiro estrangeiro (Eastwood) chega a uma pequena cidade comandada por duas famílias rivais: os Baxter e os Rojos. O forasteiro percebe que pode ganhar bastante dinheiro ao se juntar a um dos grupos nessa disputa pelo poder. O roteiro do filme não é dos mais originais, tendo em vista que Por Um Punhado de Dólares é, praticamente, uma refilmagem do japonês "Yojimbo", de Akira Kurosawa.

Apesar deste primeiro filme ser o mais fraco da trilogia, já é possível perceber os traços de Leone como diretor: os planos-sequência, o grande número de closes nos atores e objetos, o uso do silêncio como elemento tão importante quanto a trilha sonora, a excelente criação de um clima de suspense antes de começar qualquer disputa entre os personagens, entre outras características que viriam a ser marcar registrada do diretor.

Fica claro que em Por Um Punhado de Dólares, todos esses elementos estavam em uma fase "experimental", pois não são empregados com tanta maestria como nos outros filmes de Leone, inclusive nas sequências de o Homem Sem Nome.

Junto com as características do diretor, outro elemento do filme ainda precisava de lapidação: a atuação de Clint Eastwood. Parece que neste caso, ator e diretor caminharam e evoluiram juntos. No último filme da trilogia, Três Homens em Conflito, o personagem de Eastwood é completamente seguro de si, não que neste filme sua atuação não seja convincente, mas a melhora que o ator conseguiu em pouco tempo foi extremamente significativa.

Sergio Leone é um dos maiores nomes do cinema italiano. E é incrível ver como ele consegue aperfeiçoar sua estética em apenas um ano; Por Uns Dólares a Mais é um filme de 1965 e já mostra os elementos característicos do diretor bem mais desenvolvidos e seguros.

Toda pessoa que gostar de cinema, boas atuações e quiser conhecer uma fotografia e manejo de câmera bastante características de um diretor, precisa assistir toda a trilogia do Homem Sem Nome. Clint Eastwood e Sergio Leone dão a impressão de que são a dupla perfeita quando se trata de faroestes. E claro, sem contar com a sempre fabulosa trilha sonora de Ennio Morricone, que acompanha o diretor nesta trilogia e em vários outros filmes.




O tema do filme, por Ennio Morricone

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Eisenstein e o Construtivismo Russo




Eisenstein e o Construtivismo Russo
ALBERA, François. Eisenstein e o construtivismo russo: a dramaturgia da forma em 'Stuttgart' (1929). São Paulo: Cosac & Naify, 2002. 371 p.

Os textos de François Albera são uma referência nos estudos sobre cinema dos anos 20 e, principalmente, sobre o diretor russo Sergei Eisenstein. Nesta obra ele analisa o manuscrito "Sturgart", que o cineasta apresentaria na exposição "Filme e Foto", em 1929. O evento era um encontro de artistas de vanguarda. Eisentein e o Construtivismo Russo é obra obrigatória para alguém que se interessa pelo mais famoso e revolucionário cineasta russo de todos os tempos.

Neste livro o autor analisa o manuscrito "Stutgart" que fala sobre a principal característica dos filmes de Eisenstein: a montagem. Para o diretor este era o recurso que diferenciava o cinema de todas as outras obras de arte. A obra também discute a influência do movimento construtivista não só nas obra de Eisenstein, mas em outras vertentes da arte, como a pintura, fotografia, cenografia, poesia etc.

O autor divide o livro de forma bem interessante: analisa o manuscrito em si, o construtivismo russo e resenha de forma crítica alguns filmes de Eisenstein, por exemplo, Outubro e A Linha Geral. É interessante um momento que Albera escolhe dois momentos de O Encouraçado Potemkin e Outubro e analisa cada fotograma do filme: como as cenas foram dispostas, a intenção do diretor, os truques de montagem, entre outros aspectos técnicos.

Por mais que o leitor possa se assustar com o prefácio do livro (pela linguagem e forma direta como o assunto é exposto), ao longo da obra o autor vai explicando alguns elementos técnicos. Mas este é um livro para quem já conhece, pelo menos o mínimo, da linguagem cinematográfica; enquanto Albera explica certas expressões, ele deixa outras de lado, como se o leitor já tivesse um pré-conhecimento de cinema. É interessante ler nas milhares de notas alguns fatos históricos que dão um sentido mais específico para determinados momentos da vida de Eisenstein. Mas no geral, é um livro muito importante para conhecer a história desse cineasta incrível, sua "mise en scène" e abrangência que o movimento construtivista russo atingiu.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Vikings



Vikings - Os Conquistadores (The Vikings)
EUA - 1958
Direção: Richard Fleischer

Este foi o primeiro filme de temática "vikings" a fazer um grande sucesso de bilheteria. A partir daí as produções que falavam destes guerreiros começaram a ser frequentes e abordavam os mais diferentes assuntos. Vikings é puro entretenimento e fotografia. É o tipo de filme que não faz com que o espectador saia do cinema refletindo sobre alguma coisa, mas são minutos que representam bem o modo de ver o cinema como diversão.

Einar (Kirk Douglas) é filho de Ragnar (Ernest Borgine), o chefe Viking. E Eric (Tony Curtis) é filho de Ragnar com uma falecida rainha inglesa, sendo que pai e irmãos desconhecem qualquer grau de parentesco. Quando os Vikings decidem raptar a princesa Morgana (Janet Leigh), os irmãos se apaixonam por ela e começa uma verdadeira batalha entre o próprio povo Viking e a Inglaterra.

O filme mostra a brutalidade do povo Viking contra o modo cortês de vida dos ingleses. Enquanto a Inglaterra tenta partir para alguns acordos, os Vikings agem sem piedade. E a maior confirmação desse poder é a atuação de Kirk Douglas como o insuportável Einar. Einar é rude, age por impulso e instinto. Enquanto seu meio irmão Eric, parece que herdou o modo gentil, na medida do possível, dos ingleses.

Logo nas primeiras cenas o espectador percebe a grandiosidade do filme que contou com uma pesquisa história que durou mais de um ano e a preocupação de dar a maior realidade possível ao filme, a produtora Brynaprod filmou em locação na Noruega. Os cuidados com a fotografia também engradecem a produção e fazem questão de exaltar a força do povo Viking.

Algumas curiosidades permeiam o filme. Por exemplo, a narração durante as primeiras cenas tem a voz de Orson Welles (Cidadão Kane); a produção usou mais de 4000 pessoas incluindo figurantes e técnicos durante todas as filmagens e a mais interessante de todas: O ator Ernest Borgine (Ragnar) era mais novo que Kirk Douglas e ainda assim interpretou seu pai. Mérito da maquiagem do filme que conseguiu envelhecer Borgine muitos anos!

Vikins - Os Conquistadores é mais cinema entretenimento que cinema arte. Tem seu mérito por trazer à tona uma será de filmes de temática Viking, apresentar várias interpretações de qualidade e ser o marco da parceria Douglas/Curtis em atuações.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Um Dia Qualquer




Um Dia Qualquer (Um Dia Qualquer)
Brasil – 1962
Direção: Líbero Luxardo

Líbero Luxardo foi o responsável pelo primeiro longa-metragem paraense e o primeiro diretor a usar atores, fotógrafos e editores locais. Porém, em 1962, ao contrário do que acontecia no Brasil, o Pará ainda era um estado bastante deficiente de recursos para realizar filmes. O país via surgindo o “Cinema Novo”, que foi sucessor das “Chanchadas”, enquanto o Pará ainda tentava realizar cinema de qualidade à duras penas.

Um Dia Qualquer é o primeiro longa-metragem autenticamente paraense e foge do tipo de cinema que estava sendo feito no Brasil. O diretor Líbero Luxardo buscou inspiração no movimento francês de cinema “Nouvelle Vague” para realizar o pioneiro longa do Pará.

O filme conta a aflição de Carlos (Hélio Castro) que perdeu sua esposa, Maria de Belém (Lenira Guimarães), devido a complicações no parto. O diretor escolheu pontos turísticos marcantes da cidade para filmar, o que mais parece uma homenagem à Belém; lembrando que Líbero Luxardo era paulista, mas chegou à Belém em 1939 e acabou se apaixonando pela cidade.

Também se percebe os costumes da década de 60 cultivados pela cidade: função da mulher na sociedade, as práticas do candomblé, o Círio, o lado profano da periferia, a prostituição como uma das profissões mais marcantes, entre outros.
Apesar da contribuição histórica que Líbero Luxardo realizou para o cinema paraense, Um Dia Qualquer não é uma experiência muito agradável. Os efeitos do baixo orçamento, a deficiência do estado para fazer cinema foi notável; existem falhas graves na montagem e na dublagem do filme, ou seja, dois dos aspectos que conferem ao cinema características únicas. Outro ponto falho são as atuações. Um caso curioso desse filme é que as atrizes disponíveis para um dos papéis se negaram a fazê-lo quando souberam que teriam que aparecer nuas. Para resolver o problema, a produção contratou uma prostituta para filmar.

Porém, nada é tão ruim que não se possa tirar proveito. Um Dia Qualquer serve para mostrar aos paraenses o tipo de cinema que era feito no estado. Já para os mais jovens, serve para expor os costumes da cidade e as diferenças culturais e físicas que Belém passou.